Quando uma lesão permanente muda a rotina, a tecnologia pode ser a ponte entre limitação e autonomia. Hoje, beneficiários do auxílio-acidente têm acesso a dispositivos cada vez mais avançados, que vão desde próteses de alta performance até gadgets inteligentes para facilitar tarefas simples do dia a dia. E o mais interessante é que muitos desses recursos não são apenas funcionais — eles também trazem mais conforto e autoestima.
O mercado de dispositivos assistivos cresceu muito nos últimos anos, impulsionado tanto pela inovação tecnológica quanto pela demanda crescente de pessoas que buscam independência mesmo após uma sequela definitiva. E, como o auxílio-acidente é um benefício indenizatório, ele pode ser usado para ajudar a custear alguns desses equipamentos.
Claro, nem tudo está acessível a todos — alguns itens ainda têm custo elevado, enquanto outros já se tornaram mais populares e com preços reduzidos. O ponto é que as opções se diversificaram, permitindo personalização de acordo com a necessidade e o estilo de vida de cada segurado.
Vamos explorar alguns exemplos, desde próteses de ponta até gadgets do dia a dia, e entender como eles se encaixam no cenário de quem recebe esse tipo de benefício.
Próteses biomecânicas avançadas
Para muitos beneficiários do auxilio acidente, as próteses biomecânicas são um divisor de águas. Elas utilizam sensores e motores para replicar movimentos naturais, permitindo um nível de mobilidade e precisão muito maior que as próteses tradicionais.
Algumas são tão sofisticadas que se conectam a aplicativos no celular, permitindo ajustes personalizados de força, velocidade e até modo de uso para atividades específicas, como caminhar, correr ou subir escadas.
Apesar de ainda serem caras, seu impacto na qualidade de vida é imenso, pois ajudam não só na função física, mas também no retorno às atividades profissionais e sociais.
Exoesqueletos e suportes robóticos
No campo do direito previdenciário, poucos segurados sabem que já existem exoesqueletos e suportes robóticos acessíveis para uso em reabilitação e até no dia a dia. Esses dispositivos funcionam como uma estrutura externa que auxilia ou complementa os movimentos, especialmente para quem perdeu força muscular ou amplitude de movimento.
Alguns modelos são leves e portáteis, podendo ser usados em casa, no trabalho ou em terapias. Isso amplia as possibilidades de deslocamento e execução de tarefas, aumentando a autonomia.
Ainda que seu uso cotidiano seja mais comum em ambientes de reabilitação, a tendência é que se tornem mais comuns para uso pessoal à medida que os preços caiam e a tecnologia avance.
Órteses inteligentes
Diferente das próteses, as órteses são dispositivos que auxiliam ou estabilizam uma parte do corpo sem substituí-la. As versões inteligentes já vêm com sensores para monitorar postura, esforço e até sinais de fadiga muscular, enviando alertas para o usuário ou para profissionais de saúde.
Esse tipo de tecnologia é útil para evitar agravamento de lesões e otimizar o desempenho no trabalho e nas tarefas diárias. Além disso, algumas têm design ergonômico e discreto, permitindo uso prolongado sem desconforto.
O acompanhamento em tempo real ajuda a ajustar a forma de andar, carregar peso ou se posicionar, tornando a vida diária mais segura e menos desgastante.
Gadgets para acessibilidade doméstica
Nem sempre a solução está na alta tecnologia médica. Muitos gadgets simples, como fechaduras inteligentes, torneiras automáticas e interruptores por comando de voz, ajudam a reduzir esforços e evitar acidentes dentro de casa.
Para segurados que passaram a ter mobilidade reduzida, esses recursos são um verdadeiro alívio, pois eliminam a necessidade de movimentos bruscos ou de força excessiva.
O melhor é que esses dispositivos estão cada vez mais baratos e fáceis de instalar, permitindo que a casa se adapte ao usuário e não o contrário.
Apps de apoio à mobilidade
Aplicativos para smartphones também fazem parte desse ecossistema de apoio. Há apps que monitoram passos e postura, que mapeiam rotas acessíveis na cidade e até que conectam o usuário a serviços de transporte adaptado.
Além disso, alguns funcionam como assistentes virtuais de fisioterapia, guiando o usuário por exercícios adaptados e lembrando dos horários corretos para realizá-los.
Essa integração entre tecnologia portátil e dispositivos físicos amplia o alcance das ferramentas de reabilitação e autonomia, tornando-as mais práticas e personalizadas.
Dispositivos de realidade virtual para reabilitação
A realidade virtual não serve apenas para entretenimento — hoje ela já é usada em programas de reabilitação física para melhorar coordenação motora, equilíbrio e resistência. O usuário interage com ambientes virtuais que simulam situações do dia a dia, permitindo treinar movimentos de forma segura.
Além do ganho físico, essa abordagem pode ajudar na parte psicológica, pois cria desafios e objetivos que tornam o processo mais motivador. Muitos segurados relatam que se sentem mais confiantes ao enfrentar atividades reais depois de treinar em um ambiente controlado.
Com equipamentos cada vez mais acessíveis, essa tecnologia tende a se popularizar como complemento no tratamento de beneficiários com lesões permanentes.